segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Sá Menina

Sabe aquela forma de se referir a outro, muito usada pelos antigos e ainda hoje, nas localidades mais interioranas?

Numa dessa Sá Menina foi batizada.

Assim se fez num mal entendido, sua avó Olinda Rosa foi ao cartorio e, esquecida que era, num pensar alto antes de responder à pergunta do escrivão sobre o nome da criança disse: "....mmmm, saminina"

Não teve tempo de conlcuir o pensamento, o homem preencheu o documento à maquina de escrever, carimbou assinou entregou e gritou: "PRÓXIMO".

A velha Olinda Rosa não tinha nem cara pra falar à sua filha Tereza Rosa (Rosa - sim, o nome era composto), que tinha pedido o nome de Joana, um guerreira da qual ela ouvira falar um dia.

Documento nas mãos, criança no colo, Tereza Rosa Rosa seguiu os dias com sua Mãe Olinda e sua filha ex Joana, agora Sá Menina. Essa, abriu os olhos cedo; cedo falou, cedo andou, cedo cresceu.

Cresceu no sentido de espichar. Quem ainda ve a moça, hoje com seus 35 anos, diz que continua a mesma ...dentro e fora, aparentemente.

Tereza Rosa Rosa conta que a menina Sá tentou fugir de casa aos tres anos de idade.
Diante do nada infinito à sua frente, naquele interior seco e silencioso, Sá Menina passou aquela tarde sentada na soleira da porta, imaginando porque o Sol escolhia sempre a mesma montanha pra se esconder a noite...
(continua)

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